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A importância de ter critério

A importância de ter critério

05 de setembro de 2018
Por Carlos Herrera
Eu não sei para onde ir! – disse Alice. Se você não sabe para onde ir,  qualquer caminho serve – Alice no país das maravilhas (Lewis Carroll)
 
Quem me acompanha, sabe que eu insisto em falar em critérios no que se refere ao processo de investimento.
 
Saber quais critérios são os mais importantes segundo o seu perfil, horizonte, objetivos e metas é crucial. A definição dessas regras é um processo demorado que tem a ver com o autoconhecimento do próprio investidor.
 
Dado que o verdadeiro caráter só se prova em situações extremas, esse processo de autoconhecimento não para nunca e, portanto, os critérios são dinâmicos. Então, se sabemos que eles mudarão até para se ajustar às circunstãncias, de que adianta se esforçar por ter um conjunto de regras?
 
Porque existem objetivos que dificilmente mudam (os de mais longo prazo) e porque sem encontrar uma forma de chegar, dificilmente nos aproximaremos deles. Com certeza o caminho será tortuoso, mas sem uma direção terminaremos bem longe.
 
Assim, os critérios devem ser uma maneira de automatizar e poder dar objetividade a algo que a maioria dos investidores iniciantes faz de maneira aleatória ou subjetiva. A ideia é evitar sucumbir às emoções próprias ou do mercado ou a interesses alheios.
 
Por isso é que, dentro dos nossos critérios à procura de papéis, além de um balanço sólido, um valuation atraente, sempre incluímos outro bem sutil: o de alinhamento de interesses. Basicamente é o que se chama de governança.
 
Não adianta ter uma participação em um negócio muito lucrativo se no final das contas, o controlador tem outros interesses e pode ficar com grande parte do valor da empresa. Exemplos temos muitos, tais como a OPA para fechamento de capital de Multiplus (MPLU3) anunciada ontem pelo controlador Latam.
 
Para ele não fazia sentido deixar sinergias na mesa tendo dois programas (Multiplus e Lanpass), desaproveitando ventagens tributárias e fiscais. Portanto, era seu dever maximizar o valor para seus próprios acionistas (Latam). Assim que vencesse o contrato que vigorava com Tam, ele deveria proceder ao encerramento da subsidiária.
 
Esta falta de alinhamento é a que sempre me deixou com receio de indicar o papel no Vacas leiteiras, apesar de ter estado a ponto de publicar um relatório de início de cobertura lá no começo de 2016. Melhor perder o trabalho de um relatório inteiro de análise do que dar uma recomendação sem estar completamente convicto.
 
Mesmo se tivesse conseguido sair com ganho, a falta de uma margem de segurança e de convicção teriam jogado contra a recomendação. E da carteira, pois cada movimentação repercute, que nem jogo de xadrez, no que virá depois.
 
Nessa linha, agora que estou finalmente voando de maneira independente através do meu site condorinsider.com, eu queria estar alinhado 100 por cento com vocês e, por isso, queria fazer a seguinte pesquisa sobre futuros relatórios que poderiam vir. Claro, também podem aproveitar para me enviar perguntas ou comentários. Tudo será bem-vindo.
 

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Um grande abraço!
 
Carlos Herrera
Estrategista-Chefe


 

*Eu, Carlos Herrera, responsável pela elaboração deste relatório declaro, nos termos do artigo 21 da Instrução CVM no 598/18 que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente as minhas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma.

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